Os que querem ser iguais e os que assumem ser diferentes
Eu falo para você que deseja definir seu posicionamento profissional e ser um destaque. Ganhar grana e passar uma imagem pessoal vencedora. E aí, é o seguinte, meu caro: você tem que escolher um lado – se quer ser igual a todo mundo, ser aceito, não causar tumulto, esqueça. Lugar de gente boazinha é no INSS. Se quer ser visto com admiração por uns, e crítica por outros, mas atraindo uma legião de admiradores e, o melhor, sentindo-se bem consigo mesmo, seja você! Com todos os erros, defeitos, vícios e taras. A maioria da sociedade se condiciona a ser igual a todos, mas estão sempre olhando os diferentes. Por que isso? Porque somos bichos coletivos, e os iguais seguem os diferentes que se colocam no papel de liderança. É, se você é um profissional, tem que dar a cara para bater e assumir o seu papel de liderança – seja dos seus funcionários, seja dos seus clientes. Falar que o cavalo branco de Napoleão é azul e se bancar. Se você for convincente, todo mundo vai dizer que é azul também…
Basta olhar os exemplos por aí: lembra daquele cabelo ridículo do Ronaldinho na Copa, careca atrás com um topetinho na frente? Não e que um monte de gente imitou? É lógico, isso é só aparência… é fácil imitar. É muito mais difícil imitar o Lula, por exemplo, e ter coragem de se bancar, vindo de onde ele veio, para chegar à presidência… Da mesma forma, é muito mais difícil se bancar e fazer a mesma trajetória do falecido comandante Rolim, sendo igualmente pobre e com pouca instrução, e chegar a capitanear uma companhia modelo, na época.
Por que é difícil? Porque você tem que se bancar com os tais “defeitos” que vê sobre si mesmo: não tenho estudo suficiente, não tenho experiência suficiente, não tenho fundos, família ou contatos, sou péssimo em networking, fico nervoso com qualquer coisa que sai do meu controle, sou muito pacato e falta agressividade nos negócios… a lista de reclamações que você tem sobre si talvez seja grande. Mas o que tem que ficar claro é que, para você sair do time da maioria, e entrar na elite dos líderes, é importante deixar de ver seus defeitos como defeitos.
Transformar defeitos em virtude
Lula transformou o seu estudo supletivo e sua jornada de metalúrgico e dirigente sindical numa imagem de alguém simples, que entende o povo e luta pelos direitos dos mais fracos. Isso é ótimo para conquistar a mente da maioria, não acha? Ronaldinho usou os seus problemas recorrentes no joelho como motivação para superar-se, e mostrar que ele era diferenciado na garra… isso provoca o sentimento de comiseração das pessoas, que se simpatizam com o cara. Depois, ele pisou na bola com a coisa dos travecos, e vai ter que trabalhar novamente sua imagem… ossos do ofício.
Antonio Ermírio coloca o seu jeito sério como indício de competência e foco.Mas, no fundo, uma pessoa vencedora se banca do jeito que é, e depois cria uma imagem adequada para suas próprias características. Isso o torna único, especial, algo a ser visto pela maioria.
Quando você escolhe ser líder de si mesmo, escolhe jogar fora algumas máscaras sociais, a vontade de ser aceito, e passa a ser vitrine. Ah… e se não ficou claro no texto, lá vai: defeito não existe! Nem em si, nem em ninguém. Sacou? Está preparado? Ok, sei que às vezes, dá um medinho na barriga… mas isso pode ser trabalhado. Um pouco de terapia e coaching, lidar com seus desejos inconscientes e atitudes, e aos poucos, você se condiciona a ser uma bela vitrine. O único requisito é… querer sair da platéia do sambódromo e desfilar como destaque lá em cima, no meio da avenida. Se você não levar a sério, vai se divertir um bocado. E fazer sucesso na sua carreira.
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